sábado, 9 de fevereiro de 2008

Mocinha Tísica Ou o Diário Louco

Preciso me sentir confortável para escrever isso. Afinal faz pouco tempo do acontecido. Muito eu tentei esquecer, muito eu esqueci, muito eu tento lembrar.

Capítulo 1
A frase

Estava numa manhã clara e fria, dessas que aqui são tão bonitas, andando com livros, lembrando do gosto do café e em silencio, martelando comigo a frase que Mamãe dissera e eu copiara na minha cabeça.
- Este foi um ano perdido... Este foi um ano perdido... Este foi um ano perdido... Este foi um ano perdido...

Quando a vi. Não que acreditasse em amor à primeira vista, e nem que não acreditasse. Mas quando a vi foi estranho:
Por um instante nossos olhares se cruzaram, meu coração bateu mais forte, minha respiração parou, meu rosto corou e, tudo impressão minha. Ela olhava reta, o ar, como se enxergasse nada ou pensasse muito longe.
- Que mocinha linda ! - Pensei andando. Via aquela janela e aquele rostinho, pálido, mas lindo cada vez que piscava.


Capitulo 2
As árvores

Domingo inacreditavelmente chato. Impressionante como os domingos são chatos. Resolvi Sair de casa, andar um pouco.
Antes de começar a suar me sentei, era uma praça. Encostei-me numa árvore e senti a grama com os pés. Olhava o céu tão azul que tinha medo que caísse.
-HEI! - Eu ouvi, era aquela mocinha linda.
-Hei! , me ajuda, acho que torci o pé. Você pode me ajudar?
Descalço, levantei e fui até o banco onde ela estava. Não parecia nada sério, mas ela parecia assustada.
-Como é teu nome? -Perguntei
-Torci o pé e...
-Que nome estranho. - Interrompi.
-Não! Meu nome é Erina, Eu tropecei e meu pé estalou, achei estranho será que quebrou?
-Deixa ver...
Era um pé normal, mais bonito que feio, um pouco de terra, mas nada de errado. Pegar naquele pé, tão frio era como tocar a Lua, parecia inatingível, mas eu estava lá. Nunca tinha conversado com ela, mas tinha seu pé em minhas mãos. Que bobo, Eu tinha Vinte anos na época e parecia um garoto divagando sobre um pé, o comparando com a lua e algo inatingível e depois de meio segundo disse:
-Nada errado.
-Que bom. -Ela. Resolvi fugir um pouco... Os amigos de meus pais estão em minha casa, bebendo e falando alto, e isso me irrita. Se meus pais souberem que vim até aqui contrariando o que disse o Dout... contrariando o que disseram...
-Fugir?Contrariar? Desculpa a curiosidade, mas você não parece uma criança pequena que precisa fugir... Quantos anos tu tens?
- Dezessete e fugi porque deveria estar deitada, quieta descansando de não sei o que. Acredita que nem na janela posso ficar?
-Foi lá que te vi um dia... -deixei escapar
-Com os livros, não?
(Ora, pensei que não tinha me percebido) Alegre:
-Quer algum emprestado? -Se sim seria garantia de vê-la de novo, pensei
-Serio? Seria ótimo um livro diferente. Meu quarto é tão chato com todos aqueles livros já lidos e relidos, romances melosos de mocinhas fúteis. Qual teu nome?
-Victer
-Victer , pode me levar em casa? Sinto-me mau...
-É o pé?- Quando minha boca se fechou a dela se abriu a arfar. Empalidecera e suara frio. Tossiu e tossiu.

Entendam não me sinto confortável para escrever isso, mas...

Sim, ela voltou ao normal. A levei até sua casa, não até lá, mas perto e falei:
À noitinha trago seu livro.
Tentei beijá-la, mas apesar de querer, não me beijou.


Um comentário:

Páua disse...

Eu te ordeno a terminar esse texto, por tudo que é mais sagrado, termina.
foi tão lindo ler, eu li ouvindo unha e carne do ludovic, ficou mais lindo ainda.
terminaaaa... que aconteceu depois????????

;***